O tudo ou nada do PT de Pernambuco nas Eleições de 2018

O Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco irá para o “tudo ou nada”. É o que a militância está pregando, após a possibilidade da vereadora do Recife, Marília Arraes, não ser candidata ao Palácio do Campo das Princesas, depois do encontro de Lula com Paulo Câmara, Renata Campos e João Campos, que durou cerca de três horas em São Paulo, e contou com as presenças da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann e do ex-prefeito Fernando Haddad.

Nos bastidores, militantes já anunciaram que se houver intervenção da Executiva Nacional no processo democrático e legitimo de escolha do Diretório de Pernambuco haverá centenas de desfiliações no partido.

Em reserva, um líder da legenda afirmou que a postura coronelista dos caciques impulsionou esse posicionamento mais forte daqueles que apoiam a candidatura própria em Pernambuco.

Outro membro da Executiva do PT, também, alertou que existe um grande movimento de apoio a candidatura de “Marília Arraes”, independente de ser no partido ou não, o que tornaria a candidatura irreversível no cenário político atual.

Apesar dos caciques não comentarem sobre pesquisas eleitorais, o nome da neta de Miguel Arraes já teria aparecido com mais de 20% das intenções de votos em pesquisas internas do Palácio e, independente de alianças, chegaria muito forte para disputar com Paulo Câmara e Armando Monteiro e/ou Fernando Bezerra Coelho.

Entre as lideranças petistas, cogita-se que o senador Humberto Costa, que no final da última semana, assinou um manifesto em apoio à pré-candidatura de José de Oliveira, não apoiará o projeto político e eleitoral de Marília Arraes, no entanto, ele disse: “Assim como, espero também poder assinar dos demais pré-candidatos”.

Após a assinatura desse manifesto, muitos apoiadores da candidatura própria estão em dúvida sobre o jogo que a vanguarda da legenda está fazendo, pois, ao tempo que o ex-prefeito do Recife, João Paulo, aparece em fotos com Paulo Câmara, por outro lado, Humberto Costa, seu grande aliado, assina manifestos em prol da candidatura do partido.

Na semana passado, o deputado estadual e pré-candidato a governador, Odacy Amorim (PT), afirmou que o PT de Petrolina não estaria fechado com Marília Arraes, no entanto, defendeu Bruno Ribeiro, João Paulo e Humberto Costa, aonde, estariam todos em sintonia com a candidatura própria do partido. Entretanto, ainda, existe temor em irem para o “tudo ou nada” e terminarem as eleições pior do que entrariam.

O padrinho político da neta de Arraes, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), recentemente, afirmou que se houver democracia na legenda haverá candidatura própria e enfrentamento político para que um “golpe não aconteça” – é como caracteriza uma aliança entre PSB e PT no estado.

Em Brasília, as informações que repercutem é que a imagem de Humberto Costa estaria melhorando com a postura firme contra Michel Temer, no entanto, sua reeleição estaria atrelada a uma convergência de forças com Arraes, porém, no ano passado ela convidou Silvio Costa – que se denomina o senador de Lula – para formar chapa nas eleições. Ninguém sabe, ainda, se as arestas já foram superadas.

Nessa última segunda-feira, dia 19, em entrevista ao blog, Marília Arraes afirmou que estaria buscando a unidade dentro da legenda, contudo, voltou a criticar a postura de Paulo Câmara, que tenta rifar sua candidatura. Ela disse estar tranquila sobre a “sexta-feira 23”, que é o “vale tudo” sobre a manifestação de aliança ou prosseguimento da candidatura própria – que será decidida em convenção da legenda.

E, Lula? Esse também está no “tudo ou nada”. Apesar de muitos pregarem sua candidatura, os principais políticos de sustentação ao seu legado, já afirmam, nos bastidores, que não será candidato a Presidência da República. E, Dilma? Lideranças creditam que ocupará uma vaga no Senado. O curioso é que até agora Dilma Rousseff não se posicionou sobre a situação no estado.

Como será esse “tudo ou nada” do PT de Pernambuco nas eleições deste ano ? Quem financiará a campanha? Quem montará as propostas? Quem fará a articulação de alianças partidárias (se houver)? Qual será a tática para derrotar Paulo Câmara? São muitas perguntas que ainda rondam o “tudo ou nada” do PT no estado.(Por Robério Sá)

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