Um desfile cívico, na manhã desta segunda-feira (6), marcou o início das comemorações dos 200 anos da Revolução Pernambucana de 1817, quando o estado foi palco de uma república à parte, livre da Coroa Portuguesa, durante pouco mais de 70 dias. Essa primeira etapa dos festejos contou com a colocação de uma coroa de flores na escultura que homenageia a data, a inauguração de uma placa e a entrega de uma medalha comemorativa aos ex-governadores vivos.
Após o desfile cívico, o governado do estado, Paulo Câmara (PSB), caminhou até a Praça da República e, ao lado do vice-governador Raul Henry e do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchôa, depositou a coroa de flores na escultura feita por Abelardo da Hora.
A placa, em homenagem aos que lutaram e deram a vida em defesa dos ideais e liberdade e justiça social, foi inaugurada pelo governador logo em seguida. Ele também estava acompanhado do vice e do presidente da Alepe.
No evento, que seguiu no Palácio do Campos das Princesas, na área central do Recife, a medalha comemorativa foi entregue aos cinco ex-governadores vivos. Jarbas Vasconcelos, João Lyra Neto, Joaquim Francisco, Gustavo Krause e Roberto Magalhães receberam a comenda com um imponente leão impresso.
As ações seguem ao longo de 2017. Entre as principais estão a criação de uma marca e um selo comemorativo. A data será lembrada também com uma exposição no Museu da Cidade do Recife, localizado no Forte das Cinco Pontas, a partir de domingo (12). Gratuita, a mostra, denominada “1817 – Revolução Republicana”, vai durar um ano.
“Pernambuco comemorando os 200 anos da revolução de 1817 mostra a história de um povo guerreiro, que sempre buscou justiça social e liberdade. Então, segue o exemplo de muita gente que se dedicou ao trabalho e colocou sua vida em favor de um Brasil melhor, livre. Devemos deixar viva essa memória”, pontuou o governador.
Outra ideia, ainda não concretizada, é a construção de um monumento às margens do Rio Capibaribe, no Centro do Recife. Será um mirante. Ele ficará próximo à Praça da República. Responsável pelo vitral da Catedral de Brasileira, tudo indica que a artista Marianne Peretti assinará o projeto.
De acordo com o material produzido pelo governo para marcar a data, no século XIX, a maçonaria uniu forças com clero católico esclarecido. Ambos lutavam pela liberdade de pensamento, pelos direitos de cidadania e por uma imprensa livre. Em Pernambuco, a Revolução de 1817 tomou forma. Constituiu-se, assim, um governo republicano e liberatório forjado por uma Constituição Provisória.
“A história se repete. Não com os mesmos atores, não com as mesmas pessoas, mas alguns fatos são constantes e fazem que alguns movimentos de revolta surjam. O que acontece hoje é que a comunicação leva, para a maioria da população, o conhecimento de fatos que são desabonadores para uma história tão rica que Pernambuco tem”, acredita a presidente da Academia Pernambucana de Letras e integrante da comissão organizadora das ações, Margarida Cantarelli.