A Polícia Civil investiga a colaboração de agentes penitenciários de Pernambuco com uma quadrilha suspeita de homicídios, roubos e tráfico de drogas em Olinda, no Grande Recife. Nesta sexta-feira (7), 23 pessoas foram presas, suspeitas de praticar, ao menos, 34 homicídios, por causa da disputa territorial do tráfico na região. A maior parte das prisões ocorreram no bairro de Peixinhos e arredores, onde foram cumpridos 19 mandados de prisão.
De acordo com a polícia, o líder da quadrilha cumpria pena no regime semiaberto, na Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá, no Grande Recife, e foi preso quando iria praticar um duplo homicídio em Olinda, na manhã desta sexta-feira. Além das prisões, foram realizados 20 mandados de busca e apreensão domiciliar. Segundo o chefe da Polícia Civil, Joselito Amaral, o detento contava com diversas regalias na penitenciária, como ar-condicionado e televisão na cela onde estava preso.
Com os suspeitos, foram apreendidos carros, motos, ao menos cinco armas e uma quantidade não informada de crack e maconha. Outros dois homens também são apontados como líderes da quadrilha.
“Ele tinha muita facilidade em sair e entrar no presídio. Como estava no semiaberto, ele tinha o direito de sair pela manhã, para trabalhar, e tinha que voltar à noite. Era durante esse tempo que ele praticava os crimes. Foi preso quando saía da penitenciária para matar um casal na comunidade do V-8, no Varadouro, para tomar um ponto de tráfico de drogas”, disse Joselito. Ainda segundo a polícia, a maioria das vítimas tinha relação com o tráfico ou disputavam os objetos dos roubos com a quadrilha.
Todos os 23 suspeitos, investigados desde o início do segundo semeste do ano passado, foram presos nesta segunda-feira, em Olinda. O único que cumpria pena no sistema carcerário vai ter a pena regredida para o regime fechado e, segundo Joselito Amaral, terá a transferência pedida para o Presídio Federal de Catanduvas, de segurança máxima, no Paraná.
Ao todo, 150 policiais civis participaram da ‘Operação Tarrafa’, entre delegados, agentes e escrivães, coordenados pela Diretoria Integrada Metropolitana. Segundo a polícia, o nome da operação se deve ao fato da maioria dos crimes terem sido praticados no bairro de Peixinhos, fazendo alusão ao tipo de rede utilizada na pesca. A ação faz parte do programa Pacto pela Vida, do governo estadual.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Olinda. Os suspeitos presos e o material apreendido foram levados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. (G1-PE)