Oficial que deu ordem para PM atirar em estudante já responde por outro crime na Justiça

O capitão da Polícia Militar de Pernambuco Ramon Tadeu da Silva Cazé, oficial investigado por dar a ordem para que o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior atirasse no estudante Edvaldo Alves dos Santos, de 22 anos, durante um protesto em Itambé, já responde a processo por outro crime. O capitão é acusado de fazer uso de documento falso. O crime faz parte do artigo 315, do Código Penal Militar. As informações foram obtidas com exclusividade pelo RondaJC.

O processo contra Ramon foi aberto em 2014, mas ainda segue em tramitação na Justiça Militar. Sem desfecho algum. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o caso está em fase de audiências, com ouvidas de testemunhas. Os detalhes são mantidos em sigilo. Em 2008, o policial militar também respondeu outro processo na Justiça, mas o caso foi arquivado a pedido do Ministério Público de Pernambuco.

Mesmo respondendo a processo na Justiça, o oficial continuava nas ruas e comandando operações, como o protesto de moradores de Itambé que pediam mais segurança para a cidade da Mata Norte. Em um único dia, segundo os cidadãos, pelo menos 15 assaltos foram registrados. Cansados, foram nas ruas cobrar ações do Poder Público. Raivosos, os PMs não só atiraram em um estudante como o arrastaram sem piedade. E nessa terça-feira (11), os pernambucanos amanheceram em choque com a notícia de que a vítima morreu, após 25 dias internado em um hospital.

Investigações

Agora, Ramon e os outros dois policiais envolvidos na ação desastrosa que resultou na morte do estudante também devem responder pelo homicídio. O caso está sob investigação na Delegacia de Itambé, na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) e também há um procedimento administrativo aberto pelo Comando da PM. Os três policiais estão fora das ruas, mas continuam trabalhando com atividades administrativas.

Fonte: PE Notícias

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