Na contramão do Brasil, Pernambuco registrou o pior saldo de geração de empregos formais em todo o país em fevereiro deste ano. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, ao todo, foram fechados no estado 16.342 postos de trabalho de carteira assinada durante o segundo mês do ano. No país, foi a primeira vez em 22 meses em que que se registrou abertura de postos de trabalho, com contratações superando as demissões em 35.612 vagas.
Os dados também mostram que, desde 2003, este foi o segundo pior fevereiro de Pernambuco, perdendo apenas para 2005, quando foram fechadas 18.932 vagas de trabalho. O número é calculado a partir da subtração entre as 27.739 admissões e os 44.081 desligamentos registrados ao longo do mês. No mês anterior, o foram fechadas 13.910 vagas formais, pior da série histórica de janeiro, iniciada em 2003.
No estado, a maior redução de vagas ocorreu no setor da Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, que teve 11.500 vagas a menos. Em segundo lugar vem o comércio varejista, com 1.848 postos de trabalho fechados em fevereiro.
Para o secretário estadual da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação, Alexandre Valença, a queda já era esperada. “Se você pegar o mapa geral do Brasil vai perceber, justamente, que o corte acontece em Pernambuco e Alagoas, onde há usinas de cana-de-açúçar. Essa queda segue o ciclo da safra, é uma sazonalidade e quando o corte da cana se encerra essas pessoas [trabalhadores] não têm para onde ir”, comenta.
Os números do emprego divulgados nesta quinta (16) têm como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A criação das 35.612 vagas de emprego no país é resultado de 1.250.831 admissões e de 1.215.219 demissões em fevereiro. No acumulado do primeiro bimestre de 2017, porém, o Brasil registra fechamento de 5.475 postos de trabalho.
O Recife, segundo a pesquisa, continua no posto de terceira capital brasileira com o pior saldo entre contratações e demissões do país, com 3.161 vagas a menos em fevereiro de 2017. A capital pernambucana perde apenas para o Rio de Janeiro, que teve saldo negativo de 7.179 vagas no mesmo período, e para Salvador, que teve encolhimento de 3.179 vagas no último mês.