Santa Cruz da Baixa Verde é o município com mais engenhos e produção de cana-de-açúcar na região do Sertão do Pajeú. Mas, esta produção caiu devido à seca. O agricultor Valdemir Adriano da Silva, por exemplo, diz que fabricação de rapadura caiu pela metade. “Período de produção eram os doze meses do ano, agora conseguimos no máximo 60 dias.
Até os coqueiros que Valdemir tinha morreram. E os que ainda vivem, não dão frutos. De acordo com dados do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), a quantidade de chuva registrada de janeiro a março deste ano foi de 174,7 mm, enquanto no mesmo período do ano passado foi de 582,9 mm.
Nas terras do agricultor Modesto dos Santos Neto, a situação também não está boa. “Desde 2005 a produção caiu muito. A gente moía 100 dias, hoje, apenas 30 dias”, afirmou. Segundo o IPA, o impacto das poucas chuvas neste tipo de plantio é preocupante.
“Hoje, Santa Cruz da Baixa Verde, que tinha cerca 600 hectares plantados de cana, se chegar a 150 é muito nessa área. É uma crise séria da produção de cana e rapadura”, lamentou o Supervisor de extensão rural do IPA, Tito Ferraz.
Embora a seca seja prejudicial, os agricultores ainda insistem em manter uma pequena produção da cana-de-açúcar. O problema é que com a pouca água, a planta perde a qualidade, o que afeta diretamente a produção de rapadura.
Para o prejuízo não ser tão grande, a solução que o produtor rural encontrou foi a de plantar outros produtos de ciclo mais curto, como o milho e o feijão. “Trocamos a cana pelo milho que precisa de menos água”, finalizou o agricultor Modesto dos Santos. (G1)